terça-feira, 10 de agosto de 2010

Missa Leiga (O início)

O atual processo teatral da Companhia Anti-Horário marca o ínicio de uma nova fase da até então denominada Teatroyonne. O processo colaborativo e a linguagem contemporânea escolhidos são uma experiência inédita nesses oito anos de grupo, o que torna a proposta ainda mais desafiadora. Com isso, os quinze integrantes do grupo escolheram um texto que possibilitasse essa nova linguagem.
O diretor da primeira encenação do espetáculo Missa Leiga, o conceituado Ademar Guerra, tinha uma postura ideologicamente tão bem definida, que o fez transferir sua esperança de transformação social dos partidos políticos para os artistas. De acordo com o diretor a liberdade é essencial para que os artistas possam subverter, reinventar e questionar. Assim, a parceria encontrada com o dramaturgo Chico de Assis tornou-se mais do uma partilha de um projeto, mas também de ideais.
Chico de Assis conquistou o respeito de Ademar e a admiração da Cia. Anti-Horário de Teatro ao demonstrar preocupação com o conteúdo da dramaturgia brasileira. Um comprometimento que se faz mais necessário ao considerarmos a hostilidade de um contexto histórico que inclui a censura, a repressão e a alienação própria da ditadura militar. Assim emerge a temática da peça, “o homem perante a sua responsabilidade com os demais homens e consigo mesmo”. Percebemos então que a consciência da responsabilidade individual, esperada na época, é elemento imprescindível no atual cotidiano.

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